Peter Pan e Wendy

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“Não nascemos para ficar o tempo todo no chão. Nascemos com asas para voar em muitas direções, às vezes sem sair do lugar onde estamos.”1Daniel Munduruku, citado por Márcia Wada em “Recuperação e difusão de tradições culturais”, Primer Encuentro Nacional Interculturalidad y Biblioteca Pública: Palabra, Memória e Identidad, Bogotá , nov. 2009. De acordo com o autor Daniel Munduruku, esta descoberta, ele deve ao seu avô e a seu povo. No meu caso, eu a devo ao personagem criado por James Barrie, que originalmente chegou à mim, como a muitas crianças francesas, pelo Journal de Mickey e pelo filme de Walt Disney. Dizer que eu amava Peter Pan, é pouco. Quando tinha sete anos, literalmente, ele me levou, me liberou dos invernos familiares, me abriu outro mundo que transfigurou o cotidiano. Me deu leveza e força. Há obras que despertam o desejo de subir nas árvores ou atravessar os mares. Peter Pan me inspirou a apropriar-me do espaço que me rodeava para por em cena mil fantasias renovadas dia a dia.

Por tal razão, nunca pude evitar certa irritação ao ler os juízos sobre alguém que teve um efeito sobre mim tão saudável: Peter Pan seria um narcisista, um arrogante irresponsável, sem qualquer compaixão, incapaz de amar; alguém com uma negação feroz à passagem do tempo, à nossa finitude, diante de toda a realidade. Ou ainda um grande melancólico, uma criança triste que tenta esconder sua trágica história por trás de sua faiscante mobilidade.

Sim, talvez.

Ou melhor, não. Chegou a hora de defender o personagem que me brindou tanta felicidade e exaltação. De expressar a minha gratidão a James Barrie por inventá-lo e despregado a geografia de suas aventuras. E aos estúdios Disney, dos quais se tem falado horrores, mas que lhe deu a vitalidade, a graça, a leveza de um Gene Kelly ou de um Fred Astaire.

Pelo menos era assim que eu o via quando era pequena, e a força da lembrança é tamanha que me resulta difícil, muitos anos depois, relendo Peter e Wendy, na versão de 1911, distinguir o que devo à obra de Barrie, às adaptações que conheci quando menina, à mim mesma, cujas brincadeiras se inspiraram tão bem na viagem do menino que voava. Mas que importância isso tem? Não me lembro quem disse que, mais que um livro, o que importa é a lembrança de um livro, quando começamos a mudá-lo, a modificá-lo, a imaginá-lo de outra maneira. Toda narrativa se transforma, ao passo da leitura e da lembrança, em alguns fragmentos que adquirem vida própria. Mais ainda quando se trata de um texto clássico que atravessou o tempo e se presta a todo tipo de apropriações, reinterpretações ou associações anacrónicas que são sua própria vida. Hoje vou dar-lhes rédea solta. Uma vez fechado o livro, depois de alguns dias, o que me resta? Vejamos: um salto, a volúpia do voo, espaços que se encaixam uns nos outros, algumas cenas na janela e as vozes que contam.

capa Peter PAn

Um apelo radical a favor do imaginário

O salto é a Peter que se lança, se liberta da realidade para chegar a uma ilhota distante. O júbilo do salto. Peter Pan torna realidade esse velho sonho humano de se mover como um pássaro, mas principalmente converte esse voo num gesto de ruptura, sem se sentir agoniado por escrúpulo nenhum. É esse o efeito libertador da obra, como se incentivasse cada criança dizendo: “Vamos, levanta voo! E não olha para trás! O importante é teu prazer.” Peter voa, e John, Wendy e Michael vão atrás, esquecendo da vida de abaixo, do pai um pouco covarde e de sua lógica de contador, da mãe que quer por ordem no pensamento das crianças. Andam à deriva, flutuam, roçam as ondas ou batem nas nuvens; sentimos o tempo da viagem em seus corpos. Às vezes se perdem um pouco.

Muitos contos falam de um personagem que seduz meninas e meninos e que os arrebata de sua família, da vida sedentária, do cotidiano. Como Peter toca flauta – como o deus Pã, de quem aliás leva o nome – poder-se-ia pensar em aquele outro flautista, o de Hamelin, que arrasta as crianças. Mas longe de sepultá-las em uma caverna, Peter as leva para um espaço aberto a todos os ventos, a todas as possibilidades. Um espaço que contém em si mesmo uma quantidade de lugares, enseadas, trilhas, um lago onde cantam as sereias, grutas atravessadas por rios, penínsulas, cavernas selvagens, um navio pirata; e a tudo isso se soma uma pampa recifes de coral e um bosque que dá a impressão de ter escapado do Sonho de uma noite de verão, uma vez que à noite as fadas retornam a ele depois de seus bacanais. E uma infinidade de cabanas: o casco invertido do navio de John na areia, a cabana construída em torno de Wendy que, transportada para o alto de uma árvore, se converte na casa de Peter, o casa subterrânea, o chapéu que abriga o ovos do pássaro…

Se a obra tem tanto encanto, é também porque oferece tantos espaços, porque condensa todos estes lugares imbricados prontos para se abrir. Barrie, que entendeu muitas coisas, fala do “mapa da mente de uma criança”; sabe que a mente humana tem uma forma geográfica (seu contemporâneo, Freud escreverá bastante próximo e um tanto enigmático: “psique é extensão”). James Barrie sente que o bem-estar, mas também o pensamento, exigem belas escapadas, saídas para lugares distantes, retornos para perto agora visto com outros olhos, trocas entre espaços materiais e ficcionais, jogo. Uma possibilidade de entrar por conta própria em outro lugar regido por outro tempo, que provoca desconexões propícias ao sonho, e à possibilidade de sair dele.

Peter Pan Barrie e Michael
J. M. Barrie (como Capitão Gancho) e Michael (como Peter Pan) no gramado de Rustington em agosto de 1906

Mais do que uma tentativa desesperada de parar o tempo, Peter e Wendy é para mim um manifesto a favor desse lugar que Barrie chama Never Never Land: que vem a ser o que chamamos de imaginário, a ficção, esse outro espaço fundamental para a expansão de si mesmo – e para o esquecimento de si mesmo –, esse espaço vital e tantas vezes desprezado. Um apelo a favor do direito de saltar , de vez em quando, longe daqueles a quem Rimbaud chamava “os sentados”, sem que ninguém nos segure pela manga.

É a radicalidade desse apelo, respaldada pela do personagem principal, que lhe dá frescura. O menosprezo pela ficção, muito antigo, se estendeu ao longo dos séculos e ainda afeta muitos contemporâneos. Para eles, o imaginário é um ópio, uma tentativa de esquivar-se do único lugar onde a pessoa teria que situar-se, o da realidade material. Ou, podem ainda vê-la como um recreio que oferece às crianças a possibilidade de descarregar antes de voltar às coisas sérias. É como se Winnicott e a psicanálise não tivessem nos ensinado que o que fazemos com seriedade e criatividade tem sua origem no jogo e na cultura que dele se prolonga. Como se não pudéssemos ser ao mesmo tempo sonhador, lúcido, reflexivo e combativo. Como se não fossemos também feitos de nossos sonhos – não só na infância, mas ao longo da vida toda. Não retornamos iguais do Never Land, é nosso ser que volta mudado, maior. Algo da ficção permanece nesse mundo, como essas folhas, diante da janela, que caem da roupa de Peter, ou essa sombra que a cachorra lhe arranca.

Peter Pan Michael
Michael Llewelyn Davies fantasiado de Peter Pan e fotografado por J. M. Barrie

Como um eco, em Netherland (cujo título é tão próximo do Never Land [Terra do Nunca]), Joseph O’Neill levanta a possibilidade de uma “benevolamente anexação” do real pelo imaginário, “uma vez que nossos gestos cotidianos projetam sempre uma sombra secundária procedente de outro mundo e que, nesses momentos em que nos sentimos propensos a desviar-nos dos significados mais plausíveis e dolorosos das coisas, encontramos alívio no fato de nos sentirmos vinculados a um sentimento do mundo distante e familiar, assim como o lugar que nele ocupamos. É a incompletude do sonho que acarreta os problemas” – continua dizendo o narrador –, é o fato de não ter “a cabeça suficientemente metida nas nuvens” (Netherland, Paris, ed. de l’Olivier, 2008, p.126).

O pequeno flautista é quem permite essa passagem para as nuvens, para essa dimensão fundamental da vida tão negada, tão desprezada: o que poderia ser, o que teria podido ser, esse outro mundo, distante e familiar, que lança sua sombra ou luz sobre nossos gestos diários. Ele acompanha até pontos de passagem onde se acede para essa outra dimensão.

Um tributo à literatura, oral e escrita

Para outros, essas transições se realizam jogando-se dentro de tocas ou atravessando espelhos. Em Peter Pan e Wendy tudo gira em torno de janelas. Através da janela de seu quarto, doravante condenada, Peter vê um menino dormindo em sua cama e uma parte dele fica irremediavelmente ferida. Através de outra janela, mais tarde, escuta à Sra. Darling ou a Wendy contar uma história e descobre que não tem nada que ele goste mais do que histórias. Portanto, terá que roubá-las, noite após noite, uma vez que ele não conhece nenhuma2Ao contrario, Gancho é apresentado como um raconteur (contador) famoso. Talvez isto esclareça, em parte , a ambivalência de Peter para com ele? Peter lhe cortou a mano direita, a que escreve. E se Gancho tivesse sido escritor numa vida anterior? Não tem o mesmo nome, James, que seu criador? Em várias ocasiões, Barrie sofreu de “câimbra de escritor”, à tal ponto que aprendeu, ainda que com dificuldade, a escrever com a mão esquerda: “Surpreendente e sinistro eco da deficiência do Capitão Gancho”, escreve Alison Lurie em Don’t Tell the Grownups.. Ali, onde o olhar o tinha excluído, banido para sempre, a voz e os contos o acolhem e reparam. Através da janela, mais uma vez, embarcamos para a ilha distante, e voltamos a vontade – como quando abrimos um livro e fechamos como nos dá na telha. Peter Pan e Wendy é também uma discreta homenagem à literatura, oral e escrita, via privilegiada de acesso ao Never Land. A relação com a narrativa, a literatura, o escrito, talvez se encontre mesmo no coração do livro.

Quando Barrie era criança, sua mãe lia para ele Robinson Crusoe, A Ilha do Tesouro, As mil e uma noites, emprestados por alguns centavos numa biblioteca próxima. Ou ele folheava histórias de piratas em Penny Dreadfuls. Logo ele começou a escrever ele mesmo e corria contá-las a sua mãe, que compartilhava seu gosto pelos livros. Ele também ficou irremediavelmente ferido quando ela se afastou dele após a morte de seu filho favorito. Passou anos tentando reanimá-la e consolá-la.

Já adulto, – se é que alguma vez foi –, para escrever a obra que o tornaria famoso, inspirou-se nos jogos com as crianças Davies, que tinha adotado, e lembrou-se de suas leituras. Foi buscar elementos nos contos de fadas (Cinderela) e nos mitos antigos (Pan, Mercúrio, a Odisseia, de onde raptou algumas sereias), e também nas obras de Stevenson, Wyss, Fenimore Cooper, Defoe, Marryat, Shakespeare Jonathan Swift, Lewis Carroll. E talvez em Mozart e Beaumarchais. Não sei se Barrie gostava de As bodas de Fígaro, mas em Peter Pan há algo desse Cherubino que fugia pela janela para proteger sua parte de infância e escapar da dura realidade do alistamento militar. Ambos são inatingíveis e qualificados como Narcisos. Ambos fazem uso da astúcia para burlar-se de certos homens mais velhos que querem enviar seus rivais mais arrojados até a morte e, para isso, eles se vestem de menina.

E é provavelmente a sua androginia, que também faz parte do seu encanto, e que me faz comparar um com outro. Como nesses papéis de homens jovens que, na ópera, são cantados por mezzo sopranos travestidas, Peter Pan, feminizado por sua leveza, até recentemente foi interpretado no teatro por mulheres. Isto não passou desapercebido para os produtores da Disney, que o representaram com um cabelo um pouco mais comprido que o habitual nos anos cinquenta e uma túnica marcada na cintura que se abre como uma saia. Talvez tenha sido isso que permitiu que as meninas se sentissem confortáveis com a obra, pois, cá entre nós, a personagem de Wendy… que menina gostaria de representar? Aqui Barrie não esteve nem muito inspirado e nem foi ousado. Pobre Wendy, sempre dedicada às tarefas e virtudes domésticas, e insatisfeita nos assuntos amorosos. Ao contrário de Cherubino, que se apaixona por todas as mulheres, Peter parece ignorar o desejo, apesar de carregar o nome de um deus lascivo. Wendy vai reclamar muito, assim como Sininho.

Retrato do leitor em Peter Pan

Hoje em dia, Peter Pan me faz pensar em outro anjo benevolente: o que interpreta Seymour Cassel no filme Faces, de Cassavetes. Ele pula pela janela depois de salvar com muita ternura uma mulher que queria morrer – uma das belas cenas de amor da história do cinema. Ele só estava de passagem, apenas para dançar com as mulheres que tinham medo do tempo, para devolver-lhes o animo de viver. Depois saltava descalço por cima do telhado da casa vizinha quando o marido voltava com seus sapatos pesados. E ia embora sem pedir nada, sem olhar para trás. Como Peter.

Entre as críticas que são feitas a Peter Pan, consta sempre a de que ele teria amnésia. Mas por que ele teria que se lembrar de cada pessoa? Ele tem muito o que fazer: percorrer o mundo inteiro para acompanhar as crianças que acabam de morrer para que não tenham medo, diz Barrie, ou escoltar a criança que está dentro de cada um de nós para faze-la dançar, rindo dos crocodilos.

Peter Pan tinha tudo para fazer sonhar a menina que eu era: solitária, atormentada por discórdias familiares, frágil, um pouco andrógina. A obra de Barrie também tem muito para divertir a antropóloga da leitura em que me transformei, uma vez que as criticas feitas ao personagem são as mesmas que são feitas aos leitores, e mais ainda às leitoras: sempre egoístas, com a cabeça nas nuvens, que se esquecem de tudo. É verdade que os leitores esquecem de tudo por um tempo, como aquela mulher no campo que me disse uma vez: “Se realmente for emocionante, fico lá. Não importa se meus filhos gritam, se tem fome, não me altero. Ou então, preparo um ovo frito, e rápido volto à minha leitura. Posso ler mesmo que caia uma bomba do meu lado.” Eles também soltam amarras, dão as costas aos seus entes queridos e retomam seu voo: ler, é passar, de um salto, a outro espaço, especialmente quando se trata de obras literárias. Muito mais que trazer uma mensagem, a literatura abre um universo onde desdobrar-se, onde constituir, ao longo de nossas leituras, um Never Land, essa reserva poética e selvagem onde podemos pegar, durante a vida inteira, para projetar no cotidiano um pouco de beleza, de fábulas, de histórias que talvez nunca se realizarão, mas, que no entanto, contribuem para nos definirmos. Para dar forma a lugares onde viver e acomodar quartos próprios para pensar.

Além disso, as metáforas usadas por muitos leitores fazem pensar em Peter Pan e Wendy , pois associam a leitura a uma ilha distante ou uma cabana no alto de uma árvore, como para advertir os de abaixo: aqui não podem me alcançar.

Peter Pan, esse analfabeto caprichoso que depois de ter ouvido histórias na janela, sai voando para ir contá-las às crianças perdidas (afinal, não tão egoísta, não?), é a figura do leitor. Ou da leitora. 3Texto escrito para o Programa de leitura dos clássicos de literatura para crianças e jovens do Máster de Libros y Literatura infantil y juvenil de Universidad Autônoma de Barcelona.

Tradução Dolores Prades

Nota

  • 1
    Daniel Munduruku, citado por Márcia Wada em “Recuperação e difusão de tradições culturais”, Primer Encuentro Nacional Interculturalidad y Biblioteca Pública: Palabra, Memória e Identidad, Bogotá , nov. 2009.
  • 2
    Ao contrario, Gancho é apresentado como um raconteur (contador) famoso. Talvez isto esclareça, em parte , a ambivalência de Peter para com ele? Peter lhe cortou a mano direita, a que escreve. E se Gancho tivesse sido escritor numa vida anterior? Não tem o mesmo nome, James, que seu criador? Em várias ocasiões, Barrie sofreu de “câimbra de escritor”, à tal ponto que aprendeu, ainda que com dificuldade, a escrever com a mão esquerda: “Surpreendente e sinistro eco da deficiência do Capitão Gancho”, escreve Alison Lurie em Don’t Tell the Grownups.
  • 3
    Texto escrito para o Programa de leitura dos clássicos de literatura para crianças e jovens do Máster de Libros y Literatura infantil y juvenil de Universidad Autônoma de Barcelona.

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  • Michèle Petit

    Nasceu em Paris, é antropóloga, pesquisadora no Centre National de la Recherche Scientifique, Paris. Autora de vários livros, entre os quais publicados no Brasil pela Editora 34 : Os jovens e a leitura. Uma nova perspectiva e A arte de ler ou como resistir a adversidade.

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Questionário Emília

102 respostas

  1. Os livros são eternos companheiros de momentos lúdicos. Eles abrem a janela da imaginação. Não são só letras,páginas.linhas.frases e textos .tem vida. Alma dentro dos livros.

  2. Peter Pan faz parte da minha infância, história que nunca perdeu o encanto e a fantasia, me faz pensar em um mundo imaginário entre vilões e super heróis maravilhoso.

  3. História maravilhosa!!! Me fez pensar nas possibilidades das quais o personagem usava para fugir da realidade. Isso me trouxe a pensar tbm nós dias atuais, ou seja, tudo que estamos enfrentando nesse momento de isolamento, tentando criar estratégias para acalmar nossa angústia a qual atualmente, domina o mundo inteiro.

  4. Muito interessante este texto, pois sou uma leitora que nunca tinha dado atenção a história de Peter Pan, talvez pelos preconceitos já citados e quando pequena não tive contato com esta história. Ler este texto me ajudou a ver por outro prisma esta história.

  5. o texto é muito bom. expressa a relevancia de um livro na formaçao de uma pessoa. mais ainda,como a leitura pode libertar, alimentar a imaginaçao e acompanhar a pessoa pela vida toda. tambem gostei como a autora, a partir da analise de um livro na sua vida, articula com o papel da literatura.

  6. Texto esclarecedor! Uma análise incrível! Fez-me lembrar do que C. S. Lewis, o autor de As crônicas de Nárnia, fala a respeito da importância da imaginação e fantasia. Para mim, uma cristã apaixonada, esse salto para além da realidade é essencial, mas não apenas para outra realidade fictícia. Há mesmo um outro lugar com uma realidade maravilhosa, muito diferente desse mundo turbulento e sem esperança. Acredito que o anseio da alma humana por outra realidade, nada mais é do que saudades do céu; do lugar criado por Deus para nós!

  7. Livro encantador! Nos remete à infância e ao uso da imaginação! Quando criança queria saber como era a Terra do Nunca e me encantava com as aventuras de Peter Pan.

  8. História fantástica! Nos remete a infância e a vontade de voltar no tempo! A imaginação nos leva à Terra do Nunca e as aventuras de Peter Pan! Crescemos e muitas vezes esquecemos da simplicidade, dá criatividade que uma boa história pode nos proporcionar!

  9. Interessante… esse texto me fez atentar para alguns pontos que não havia observado antes: A figura da janela, para o acesso de Peter Pan à casa. Falamos tanto de que os olhos são a janela da alma, ou falamos da janela do coração, e nunca havia reparado na importância da janela para nossa imaginação, criatividade e viagem para mundos imaginários.
    A roupa de Peter Pan pensada para aproximar todos, meninos e meninas, e deixar todos à vontade para curtir esse personagem de desejos e atitudes tão peculiares.
    O fato de ele ter a liberdade de ir e voltar, voar e imaginar, sem nunca crescer… quem não gostaria? Ele traz em seu personagem um pouco de tudo que gostamos, desejamos, mas por vezes, guardamos lá no fundo do nosso baú pessoal porque precisamos ser adultos demais no dia-a-dia.

  10. São histórias como essa que nos arremate para infância e nos traz momentos inocentes. Leitura que faz sossegar a alma diante se tantas calamidades.

    1. Hoje, devido ao isolamento social, pego um livro da estante e começo a ler e a viajar para mundo distantes como de Peter Pan. Arremeto-me à infância onde percorro mares e ilhas distantes. Voo como uma gaivota, livre parto para outros lugares, agora para dentro de mim, onde fico quieta e tranquila. Fico um tempo lá… parto para outras aventuras, agora, junto de mim.

  11. Sou apaixonada pela história do “Peter pan”.
    Sininho nem se fala♥️.
    Essa história é fantástica … Passa de geração geração….

  12. A clássica história de Peter Pan, nos remete a delícia de ser criança, a vontade de parar o tempo para podermos aproveitar essa fase mágica

  13. Na minha infância este livro não fez parte, fui me apropriar mais das histórias do Peter Pan, quando adulta mesmo ao assistir o filme com minha filha e de fazer a leitura.

  14. A leitura de contos de fadas por ser constituída de aspectos lúdicos e fantásticos encantou e encanta as crianças desde séculos. Por trás do enredo destas histórias há subterfúgios que ensinam as crianças a lidarem com certas situações da vida. E, em Peter Pan não é diferente, esta belíssima história abre comportas para as crianças devanear, imaginar, criar e recriar mundos e situações diversas. Costumo dizer: que antes da literatura ser a arte da palavra, ela é a “arte do recriar, a arte das reverberações”.

  15. Peter Pan! Ah! Com ele aprendi a ser uma “princesa” diferente, poderia me vestir através do personagem e fazer tudo que os meninos faziam,; a estória tinha tudo haver com minha infância rodeada de sete primos. com certeza tinha mais haver com minha personalidade.

  16. O livro do Peter Pan fez parte das minhas leituras na infância e adolescência. Viajava literalmente naquele mundo proposto na obra e o usava de trampolim para chegar ao meu mundo de imaginação. Amo este movimento de conhecer o mundo do outro, criar e viajar nos meus mundos e de cada novo encontro vamos nos constituindo.

  17. Personagem que grande parcela da sociedade gostaria de ser. Imagina ser Criança a vida toda. Usemos nosso imaginário e sejamos eternas crianças, já que crescer pode ser doloroso.

  18. Ler é viajar para vários lugares sem sair do lugar, viajar pela imaginação. A história de Peter Pan nos leva de volta a infância, nos faz ir para a terra do nunca e voar com todos eles!!!!

  19. Sempre gostei do Peter Pan, um menino esperto e peralta. o Capitão Gancho inimigo dele completa a história porque o Peter sempre o vence. Nunca tinha lido a historia, só assisto o filme. Mas sou apaixonada por ele.

    1. Um texto maravilhoso, viajamos com Peter Pan novamente. Agora adulta penso se ele fugia de maldades feitas contra as crianças ou se simplesmente era uma criança com uma imaginação fértil que sonhava com as histórias que ouvia.

  20. Texto maravilhoso , nos leva a pensar nas varias possibilidades de interpretacao de um texto, de como ele consegue atingir varios aspctos de nossa vida.

  21. Já era fascinada pela história de Peter Pan, depois de ler esse texto brilhante , fiquei mais ainda. Peter Pan sempre me.arremessou à liberdade, já que tive uma educação tão regrada… Peter Pan me fazia crer na liberdade, no vôo.

  22. Nós, leitores, como diz o texto, somos também um tipo de Peter Pan…. nos refugiamos nos livros ou revistas, um tipo de bolha flutuante a nos lançar em mundos imaginários, diferentes de uma rotina que pode nos machucar. Este exercício de voar para outros planos através do simbólico, entrando em contato com o prazer estético é essencial para nos transformar… sensibilizar nosso olhar, nos curar de muitas feridas…

    1. A leitura nos leva a lugares e mundos diferentes e com ela podemos vencer nossos medos, seja ele.de crescer ou de perder alguém.

  23. A leitura dos clássicos infantis foram de grande importância na minha vida. Minha mãe parecia saber dose certa pras minhas noites insones… com carinho lembro de sua voz lendo seu livro tão surrado dos novos contos de Grimm… dormia sempre antes do fim da história… Ah…!

  24. Excelente texto. Apresenta uma vasta visão sobre a obra, e a respeito da importância da leitura que fazemos para as crianças e como estas leituras são ressignificadas ao longo da vida.

  25. A leitura tem o poder de nos transportar para mundos e lugares que de outra forma não teríamos condições de ir. As histórias contidas nos livros estimulam nossa estrutura cognitiva é o nosso imaginário.

  26. Eu me descobri leitora me perdendo na Terra do Nunca. Uma versão adaptada de Peter Pan que incluía um livrinho ilustrado e um disquinho foi a minha primeira experiência onde eu soube que estava lendo. Peter Pan se transformou em um companheiro. Mais tarde, lendo a obra completa, me apaixonei mais ainda por sua vida, é o meu livro preferido. Para mim Peter Pan nunca foi narcisista ou egoísta, como afirmam alguns críticos, Peter sempre foi meu amigo! As vezes entendo Peter como o próprio ato de ler literatura: levantarmos do nosso espaço tempo, voar para além das estrelas para encontrar terras distantes e aventuras inimagináveis só possíveis na nossa imaginação; vivenciar emoções conflitantes, Nos jogar e voar.

    1. Eu morria de medo de ficar velha e perder a chance de ir pra Terra do Nunca. Eu tinha uma versão adaptada da Disney.
      Lendo esse texto me relembrei das aventuras que vivia quando fechava o livro e a historia habitava meus pensamentos.

  27. Eu me descobri leitora me perdendo na Terra do Nunca. Uma versão adaptada de Peter Pan que incluía um livrinho ilustrado e um disquinho foi a minha primeira experiência onde eu soube que estava lendo. Peter Pan se transformou em um companheiro. Mais tarde, lendo a obra completa, me apaixonei mais ainda por sua vida, é o meu livro preferido. Para mim Peter Pan nunca foi narcisista ou egoísta, como afirmam alguns críticos, Peter sempre foi meu amigo! As vezes entendo Peter como o próprio ato de ler literatura: levantarmos do nosso espaço tempo, voar para além das estrelas para encontrar terras distantes e aventuras inimagináveis só possíveis na nossa imaginação; vivenciar emoções conflitantes, Nos jogar e voar.

    1. Sim nos remete a infância, faz com que tenhamos uma reflexão do quanto o imaginário é rico lançando – nos para todas as possibilidades de tempo e espaço em que a fantasia e a realidade é inspiradora para criarmos,adaptarmos e recriarmos historias ou obras já existentes.

  28. Cada livro é uma viagem. Como tal, cada leitor é um tipo de viajante e a obra pode ser supérflua para alguns e essencial para outros. Para mim os melhores personagens são aqueles que nos tocam tanto que não fazemos questão de lembrar que são obra de ficção. Lembramos sempre deles. Os levamos conosco pela vida. Sentimos saudades até.

  29. Uau, nunca tinha interpretado a estória de Peter Pan por estes outros pontos de vista, para mim até então era apenas mais um conto ( Do qual particularmente eu não gostava), mas agora já posso visualizar/ projetar alguns planos de aulas baseados nesta obra.

  30. Que viagem essa leitura!!Peter Pan bonzinho malvado ou mocinho bandido…as várias facetas de um personagem nos faz avaliar vários contextos

  31. todas as histórias são analisadas sob vários pontos de vista, até porque quando lemos um clássico, ele vai ter um significado naquele momento e a partir daí, todas as vezes que voltarmos a lê-lo, será com outros olhos, trazendo novas analises, questionamentos,

  32. Realmente, o texto é propensos a inúmeras reflexões guardadas em profundos lugares em nosso percurso terrestre. Uma vez que, nossa caminhada ao não delimitado, a imaginação, promove significativas mudanças em nossas vidas. A leitura continuará sendo a responsável maior, por essa possibilidade, de aproximar mundos outros. Há poucos dias, tive um momento sublime, com as crianças de 3 anos, na educação infantil ao fazer a leitura do livro O patinho Feio. Após a leitura problematizei questões relacionadas a discriminação racial, que realmente, estão presentes entre as crianças, pois, todas estão submetidas a inúmeras “”violências”, e atualmente, observo que a violência simbólica tem estado ainda, mais presente, entre os pequeninos, que reproduzem aquilo que suas experiências cotidianas os afeta.
    Após, essa rica experiência de leitura e vida, obtive um incrível e marcante retorno, da mãe de uma das crianças.,, com relação a temática. Ela me agradeceu e disse: professora, não imaginas o que fez por minha família. A criança narrou a história que eu havia contado para a família, com grande precisão aos detalhes. Enfatizou muitoa detalhes para ilustrar ainda mais o imaginário lúdico infantil, para que se aproxime, ainda mais, das crianças. Fiquei emocionado e isso só confirmou para mim o poder da leitura em todos os grupos etários e a responsabilidade que tenho, enquanto, multiplicadora de leituras diversas e formadora de novos leitores.

  33. Adorei o texto, faz a gente pensar em outras possibilidades para a história.. Imaginação e criatividade é tudo na vida das pessoas e principalmente na vida das crianças.

  34. Quando Michèle Petit, fala sobre a importância da leitura, do sonho e do imaginário eu me lembrei da História sem fim, filme que trata do distanciamento das crianças sobre a leitura e que uma criança ao ler o livro pode ajudar a acabar com o Nada, que é justamente o que estamos vivendo no mundo de hoje, a ausência da leitura para crianças provoca negativamente o surgimento do sonho, da criatividade e da imaginação infantil. É tão bom ser criança e sonhar e é melhor ainda ser um adulto que não deixa seus sonhos de criança morrerem porque o nada, a ausência destrói o ser humano e todas as suas expectativas.

      1. A leitura sobre Peter Pan me encantou, e avho6que cada um faz sua interpretação da leitura.
        Posso dizer que acho fantástico poder ser criança e ter essa imaginação sem fronteiras.

  35. Já chegando perto de ser chamada “idosa”, olho para trás e me identifico com os personagens dos livros que li, especialmente na adolescência, que me deram sustentação para ser o que sou. Essa crítica e os textos e vídeos do curso, trazem-me a consciência da importância da leitura. E de meu papel nesse mundo. Obrigada pela oportunidade de estar aqui com tantos!

    1. Realmente, os livros são meios que nos a levam a vivências que de outras formas não teríamos como experimentar. Através da leitura aguçados nossa estrutura cognitiva e estimulados nosso imaginário.

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